quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O CREAS que queremos em 2012


Queremos um CREAS amplo e democrático, onde todos tenham voz e opinião.

Queremos um CREAS em que todos sintam-se acolhidos e possam trocar saberes, informações, sentimentos...

Queremos um CREAS em que todos sejam cúmplices, respeitando, ouvindo e questionando um ao trabalho do outro, de modo a construir e evoluir e não menosprezar e destruir.

Queremos uma coordenação cooperativa, parceira, que esteja junto; sugestionando, problematizando e abraçando junto os problemas e inquietações.

Queremos um CREAS lindo, horizontal nas relações profissionais e ascendente nas relações humanas.

Em 2012 gostaríamos de um CREAS coletivo...

Que a gente possa trabalhar não só as demandas individuais, nossas e dos usuários, mas entender que estas fazem parte de um todo muito maior, e que é só a partir do coletivo que as transformações acontecem.

Que acima de tudo a gente pense coletivamente, e enfrente as dificuldades coletivamente. Como trabalhadores da assistência social é nosso dever trabalhar pelo direito a participação política dos usuários, fomentando sua organização na luta por direitos.

Da mesma forma, para enfrentar as nossas lutas enquanto classe trabalhadora, necessitamos estar unidos e pensando estratégias coletivas.

Em 2012 queremos um CREAS desburocratizado, onde os fluxos não sirvam para nos engessar e sim para facilitar o trabalho.

Um CREAS que trabalhe sempre pelos direitos da população usuária e não por interesses individuais.


Queremos para 2012 um CREAS reflexivo e critico também acerca de de nossas ações enquanto trabalhadores da Assistência Social. Que possamos lembrar que isso se reflete em nosso publico, e que esse pensar com criticidade nada mais é do que Ética.

Que continuemos na construção do trabalho interdisciplinar, afinal temos sim, a obrigação de fazê-lo assim, pois esse foi o tema do III seminário do CREAS.

Que possamos retomar sistematicamente os fluxos internos do CREAS pois, embora estejamos distribuídos em quatro diferentes serviços, todos somos CREAS e temos a obrigação de saber sobre todos eles


Que a nossa equipe continue fazendo um ótimo trabalho ético e político.

Desejos descritos por Caroline, Débora e Rodrigo e compartilhados por toda a equipe do CREAS SL.



Abraços Nossos e Feliz Ano Novo!!!!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O trabalho do psicólogo no SUAS


Compartilhando artigo sobre o tema, para estimular a reflexão...



Sobre a Dor e a Delícia da Atuação Psicológica no SUAS
Alexandre Franca Barreto – Universidade Federal do Vale do São Francisco


Resumo: Este artigo traz reflexões sobre o trabalho do psicólogo no Sistema Único de Assistência Social, com base em uma experiência de seis anos de atuação no campo e em pesquisa em serviços de execução de medidas socioeducativas e educação social de rua, nos Municípios de Olinda e Recife, PE. Após breve histórico de minha trajetória no SUAS, procuro contextualizar minha identidade no atual cenário éticopolítico da profissão, envolvido pelas transformações no contexto da formação e pelas tendências atuais nos cenários da prática psicológica em políticas públicas. Proponho alguns elementos norteadores do exercício profissional na lógica do pêndulo: o cuidar e ser cuidado, a agressividade e a passividade, escutar o Outro e falar de si, como polos por onde devemos transitar para desenvolver uma prática qualificada e criativa. Por fim, são apontados questionamentos sobre a dinâmica do psicólogo nos serviços de assistência social, com algumas recomendações para o suporte e a qualificação do trabalho.
Palavras-chave: Identidade profissional. Intervenção psicológica. Políticas públicas. Percepção de papel.

Para ler o artigo completo, clique aqui: http://www.scielo.br/pdf/pcp/v31n2/v31n2a15.pdf

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Cartilha sobre os direitos do/da idoso/a


A equipe do PCDIF socializa cartilha sobre os direitos do/da idoso/a produzida pela ANADEP - Associação Nacional dos Defensores Públicos. O arquivo em pdf pode ser baixado aqui ou no endereço: http://www.anadep.org.br/wtksite/Cartilha_Defensor_P_blico_-_Vers_o_Anadep_menor_(Web)(1).pdf






quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Aos Parceiros de Trabalho de 2011

O trabalho interdisciplinar e intersetorial em situações de violação de direitos de crianças e adolescentes

No dia 22 de julho a equipe do CREAS organizou o seu terceiro seminário no qual, ao todo, três palestras e quatro GT’s versaram sobre "O trabalho interdisciplinar na equipe de referência". O GT do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) debateu sobre o trabalho interdisciplinar em situações de violação de direitos de crianças e adolescentes. Este contou com a presença da palestrante Martha Narvaz, Doutora em Psicologia, especialista na área da dependência química e violência doméstica e teve como facilitadora Oriana Hadler, Mestre em Psicologia Social, docente, atende em curso de formação em Psicodrama, e também fez parte da equipe do CREAS no ano de 2010, além da participação da atual equipe do CREAS.

O GT abordou o trabalho interdisciplinar, a partir dos diferentes olhares sobre o fenômeno e a troca feita dentro da equipe, destacando que cada olhar complementa o outro. Considerou as especificidades da atuação dos profissionais, com papéis e atribuições definidos. Conforme Martha, “não importa do lugar de onde eu venho e sim a que eu venho”. Ou seja, quanto mais horizontalizadas forem as relações da equipe, com todos os trabalhadores vistos como técnicos sociais, cada um desempenhando o seu papel, menores serão as chances de se da equipe reproduzir em suas relações situações de violência com as quais trabalha.

No que se refere à violação de direitos de crianças e adolescentes, o GT a considerou como uma relação abusiva, autoritária, perversa, de exploração da criança e do adolescente, de uso da pessoa para alguma coisa. Enfatizou-se discussão sobre a violência sexual, sobretudo o acompanhamento feito pelo poder judiciário, que comumente requisita ao CREAS pareceres, avaliações, diagnósticos e laudos. Sobre esta demanda, a opinião das palestrantes foi unânime. Ambas sustentaram que os trabalhadores dos CREAS não têm obrigações, nem subsídios, dentro das suas especificidades, para atender a tais solicitações. As palestrantes reafirmaram que os profissionais podem se negar a realizar esses pareceres e que o judiciário para estes casos deve contar com equipe multiprofissional ou contratar peritos. Não é função do CREAS fazer investigação (dizer se houve ou não a situação de abuso).

Foi considerada atribuição do CREAS trabalhar articuladamente com os órgãos da justiça, realizando um trabalho de escuta e acolhimento das famílias. Este, sustentado na ética de resguardo do usuário, do sigilo e da preservação do vínculo. Ressaltando a importância de construção de estratégias junto a própria família, a qual é parte central dessa rede de proteção.

Neste III Seminário, os participantes se animaram com a discussão sobre a elaboração dos relatórios psicossociais. Durante as trocas de experiências, os diferentes modelos de relatórios foram citados pelos participantes, com destaque para as discussões em torno daqueles que mantêm nos relatórios a citação das falas das crianças, usando o “SIC” e daqueles que usam adequar a fala da criança a um vocabulário técnico. Enfim, estas questões ficaram abertas e poderão ser retomadas em outros momentos e espaços de discussão.

No CREAS de São Leopoldo, desde 2009 não são feitas avaliações psicológicas em termos periciais. Houve um diálogo com Juizado da infância e Juventude e Ministério Público e entrega de documento acerca das atribuições do serviço, bem como, de impedimentos éticos para o atendimento de tal solicitação. Se você quiser conhecer este material, entre em contato conosco.

Equipe PAEFI

CREAS/SL

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Série de Reportagens indicada pelo PCDIF

O PCDIF, Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias, indica uma série de reportagens que pode ser ponto de partida para reflexões acerca da velhice em nosso contexto social, econômico e cultural. Os vídeos podem ser acessados nos links abaixo:


Bom Dia Estado - Série Novos Idosos


Reportagem 1: http://www.youtube.com/watch?v=op44Y6l_Vf8
Reportagem 2: http://www.youtube.com/watch?v=IBlI4d0Kdr0
Reportagem 3: http://www.youtube.com/watch?v=XIwhAYK_vQE
Reportagem 4: http://www.youtube.com/watch?v=v2-Zfh54ldg
Reportagem 5: http://www.youtube.com/watch?v=PqMBqnpCPMM


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Metodologia de Acompanhamento CREAS - PAEFI





As situações chegam ao PAEFI via Conselho Tutelar (a partir de acolhimento agendado), Juizado da Infância e Juventude e Ministério Público (a partir de ofício). A entrada no CREAS pressupõe uma situação de violação de direitos e, por isso, está vinculada ao comunicado à Delegacia (Boletim de Ocorrência) ou presença da Ação Penal (casos que vêm direto do JIJ/MP).

O agendamento do acolhimento é feito pelo Conselho Tutelar (por telefone) e, na sequência, deve ser encaminhada requisição de atendimento acompanhada de Boletim de Ocorrência de forma que chegue ao CREAS, pelo menos, um dia antes da data agendada. Isto porque, antes do acolhimento, é realizada consulta ao Cadastro Único para verificar a situação da família, além de contatos com o CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) e Rede de Atendimento.

No acolhimento à família, será apresentado o serviço e realizada a entrevista psicossocial com objetivo de compreender a dinâmica familiar e reconhecer a rede de serviços socioassistenciais utilizada pela família. Da mesma forma, serão identificadas as demandas imediatas, atentando-se para situações de emergência e/ou ameaças. Busca-se assim, a construção de vínculos - imprescindível para o desenvolvimento do trabalho.

Após será realizado atendimento psicossocial familiar buscando compreender como a família está lidando com a situação e visando a construção conjunta do plano de atendimento. Caso a família não compareça ao atendimento e nem justifique a ausência serão realizados novos contatos. Não havendo o comparecimento duas vezes consecutivas sem justificativa, o caso será arquivado no CREAS e a situação informada ao Conselho Tutelar.

O acompanhamento psicossocial é a metodologia usada para os casos em que há necessidade de atenção mais focalizada a um indivíduo ou mais membros da família. O atendimento pode se dar de forma direta atráves de orientação jurídico-social, atendimento psicossocial individual, familiar e em grupo. Atualmente o CREAS conta com quatro modalidades de grupos, são eles: crianças (4 a 7 anos), pré-adolescentes (8 a 12 anos), adolescentes ( 13 a 17 anos) e de cuidadores (destinados aos responsáveis pelas crianças ou adolescentes que vivenciou a violação de direitos). Estes grupos atualmente trabalham com as situações de violência sexual que configura-se a maior demanda do CREAS. O acompanhamento pode se dar também de forma indireta através de encaminhamentos para : a rede socioassistencial, rede de saúde, demais políticas públicas, conselho tutelar, órgãos de defesa e responsabilização.

Durante todo o acompanhamento poderão se realizar visitas domiciliares que são uma modalidade de atendimento que tem como objetivo aprofundar a compreensão do cotidiano dos sujeitos, da dinâmica das relações que os mesmos estabelecem em sua vida familiar e comunitária. Ainda, a visita domiciliar configura-se como um importante dispositivo para oportunizar a vinculação da familia ao CREAS, quando os sujeitos encontram-se impossibilidados de comparecer ao local de atendimento.

A devolução/fechamento é realizada após algum tempo de acompanhamento psicossocial a partir de uma nova avaliação do plano individualizado de atendimento. Caso este tenha sido cumprido e a demanda voltada para a violação de direitos tenha sido abarcada e ressignificada (os sintomas e quadros referentes à situação de violência tenham sido trabalhados), o usuário deve ser referenciado no CRAS de sua região e sua pasta arquivada. Caso, ao reavaliar o plano de atendimento, compreenda-se que existe a necessidade de continuação no serviço e/ou exista nova demanda referente à violação de direitos, um novo plano individualizado de atendimento, com novos objetivos, será elaborado e a família será mantida em acompanhamento. Estima-se que as famílias fiquem em acompanhamento no CREAS aproximadamente 90 dias com um média de 12 encontros.

Ao arquivar a pasta referente a uma situação, o CREAS enviará relatório ao órgão de solicitou o acompanhamento. Se necessário relatório antes desse momento, deverá ser solicitado formalmente, via ofício/memorando.