O agendamento do acolhimento é feito pelo Conselho Tutelar (por telefone) e, na sequência, deve ser encaminhada requisição de atendimento acompanhada de Boletim de Ocorrência de forma que chegue ao CREAS, pelo menos, um dia antes da data agendada. Isto porque, antes do acolhimento, é realizada consulta ao Cadastro Único para verificar a situação da família, além de contatos com o CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) e Rede de Atendimento.
No acolhimento à família, será apresentado o serviço e realizada a entrevista psicossocial com objetivo de compreender a dinâmica familiar e reconhecer a rede de serviços socioassistenciais utilizada pela família. Da mesma forma, serão identificadas as demandas imediatas, atentando-se para situações de emergência e/ou ameaças. Busca-se assim, a construção de vínculos - imprescindível para o desenvolvimento do trabalho.
Após será realizado atendimento psicossocial familiar buscando compreender como a família está lidando com a situação e visando a construção conjunta do plano de atendimento. Caso a família não compareça ao atendimento e nem justifique a ausência serão realizados novos contatos. Não havendo o comparecimento duas vezes consecutivas sem justificativa, o caso será arquivado no CREAS e a situação informada ao Conselho Tutelar.
O acompanhamento psicossocial é a metodologia usada para os casos em que há necessidade de atenção mais focalizada a um indivíduo ou mais membros da família. O atendimento pode se dar de forma direta atráves de orientação jurídico-social, atendimento psicossocial individual, familiar e em grupo. Atualmente o CREAS conta com quatro modalidades de grupos, são eles: crianças (4 a 7 anos), pré-adolescentes (8 a 12 anos), adolescentes ( 13 a 17 anos) e de cuidadores (destinados aos responsáveis pelas crianças ou adolescentes que vivenciou a violação de direitos). Estes grupos atualmente trabalham com as situações de violência sexual que configura-se a maior demanda do CREAS. O acompanhamento pode se dar também de forma indireta através de encaminhamentos para : a rede socioassistencial, rede de saúde, demais políticas públicas, conselho tutelar, órgãos de defesa e responsabilização.
Durante todo o acompanhamento poderão se realizar visitas domiciliares que são uma modalidade de atendimento que tem como objetivo aprofundar a compreensão do cotidiano dos sujeitos, da dinâmica das relações que os mesmos estabelecem em sua vida familiar e comunitária. Ainda, a visita domiciliar configura-se como um importante dispositivo para oportunizar a vinculação da familia ao CREAS, quando os sujeitos encontram-se impossibilidados de comparecer ao local de atendimento.
A devolução/fechamento é realizada após algum tempo de acompanhamento psicossocial a partir de uma nova avaliação do plano individualizado de atendimento. Caso este tenha sido cumprido e a demanda voltada para a violação de direitos tenha sido abarcada e ressignificada (os sintomas e quadros referentes à situação de violência tenham sido trabalhados), o usuário deve ser referenciado no CRAS de sua região e sua pasta arquivada. Caso, ao reavaliar o plano de atendimento, compreenda-se que existe a necessidade de continuação no serviço e/ou exista nova demanda referente à violação de direitos, um novo plano individualizado de atendimento, com novos objetivos, será elaborado e a família será mantida em acompanhamento. Estima-se que as famílias fiquem em acompanhamento no CREAS aproximadamente 90 dias com um média de 12 encontros.
Ao arquivar a pasta referente a uma situação, o CREAS enviará relatório ao órgão de solicitou o acompanhamento. Se necessário relatório antes desse momento, deverá ser solicitado formalmente, via ofício/memorando.